O plano de treinos dizia que esta semana seriam 3 treinos suaves, entre 8 a 10km cada, apenas para rolar. Aqui o vosso amigo Tiago, como não foge ao que está planeado, resolveu fazer um treino calmo (9km no 51º Treino Correr Lisboa) e depois 35km no Trail longo do UTDP (Ultra Trail Douro e Paiva).
A participação neste trail começou com um convite do nosso amigo Heitor, para ir passar um fim de semana à sua terra e onde aproveitaríamos para correr no domingo. Havia espaço com fartura para todos os quisessem ir e em termos de corrida também ninguém se podia queixar porque a prova tinha distâncias e graus de dificuldade para todos os gostos. Desde a caminhada, trail curto de 18km, trail longo de 30km e ultra trail de 60km (distâncias anunciadas inicialmente, mas que devido ao mau tempo na semana antes da prova fez com que a organização tivesse que fazer algumas alterações aos percursos, alertando os atletas para esse facto).
Do pessoal do Correr Lisboa, fomos 10 os que arrancámos de Lisboa no sábado rumo a Cinfães. O dia de sábado foi passado entre passeios por recantos magníficos do nosso Portugal, excelentes provas gastronomicas, "hidratação", crioterapia no Rio Bestança e, lá pelo meio, levantamento dos dorsais para o dia seguinte.
Domingo era dia de levantar cedo para estarmos em Cinfães às 7h para seguir na camioneta que levaria todos os atletas até ao local de partida do trail, a ponte de Mosteirô.
Antes da partida ainda encontro a Anabela que também ia aos 30km, mas diz-me que não sabe como vai ser porque não estava a 100% (quase no final da prova soube pela "atleta vassoura" que a Anabela tinha desistido. Há dias assim) :(
Um muito obrigado ao casal de "atletas vassoura" que nos acompanhou nos últimos 2km. Foram incansáveis.
O relato da prova leiam aqui o do Bruno Claro, que transmite todas as emoções vividas ao longo dos quase 35km.
Mais do que a parte física, este trail foi o melhor treino que podia ter feito para a maratona em termos mentais. Uma das minhas maiores preocupações para dia 5 de Outubro é a cabeça tentar contrariar as pernas e ir-me dizendo "é melhor parares", "para que é te meteste nisto?" e coisas do género. O passado domingo mostrou que é possível ir buscar forças onde pensamos que já não há e que a companhia dos amigos faz mesmo milagres (claro que tudo isto em doses q.b. para nunca colocarmos a nossa saúde em risco).
Considerações pessoais sobre a organização do UTDP:
- Foi a primeira edição da prova e mostrou que tem muito potencial para se impor como prova de excelência no panorama dos trilhos nacionais. Quer pela beleza, quer pela dificuldade. Regra geral a organização teve bem, e se tiverem em consideração a opinião dos atletas, irão com certeza tornar esta prova ainda mais espectacular.
- Excelente escolha do percurso, com trilhos muito variados e bem definidos em termos de limpeza.
- Achei os abastecimentos algo fracos em termos de diversidade, tendo também em conta a dificuldade da prova. Penso que para uma prova com uma duração tão grande os atletas necessitam de mais do que amendoins, batatas fritas, marmelada, fruta e madalenas. Quanto a bebidas para além da água, isotónico e sumo, pudessem incluir também coca-cola e cerveja.
- As marcações estavam boas (acho que uma grande parte do pessoal do Ultra enganou-se, mas o facto deveu-se à falta de civismo de alguns que ao passarem alteraram a sinalização), mas fica a sugestão para colocarem fitas de cores diferentes para diferenciar as provas e nos locais de separação Ultra para Longo ou Longo para Curto, para além das placas, era bom também haver alguém da organização/voluntário a informar dessa mesma separação.
- Sendo uma prova por caminhos muito sinuosos e suscetíveis a lesões, era bom também haver nos pontos mais críticos, equipas de socorro, para prestar um auxílio mais rápido e eficaz aos atletas.
- Falha também no "controle zero". A organização colocou no regulamento uma lista de material obrigatório e que seria alvo de revista no início da prova, havendo penalização para quem não tivesse tudo em condições. Controle esse que não chegou a ser feito (falo apenas do trail longo, curto e caminhada, porque em relação ao ultra não sei se o fizeram ou não).
Acho que as falhas existentes este ano não serão difíceis de solucionar e que a edição de 2015 será o afirmar de uma prova que pode certamente lutar pelo pódio no panorama nacional.
Para além do agradecimento aos 10 magníficos "Vicentes" que foram a Cinfães e que tornaram este fim de semana em algo memorável (António, Bruno, Cátia, Cláudia, Pedro, Ricardo, Sandro e Verónica). Vocês são 6 estrelas.
Obrigado amor, por toda a paciência, pelas longas horas de espera durante a prova e muitas vezes sem notícias nossas e por para além do cansaço teres feito no final 400km a conduzir.
Ao Heitor Cardoso e a todo o pessoal da Associação à qual pertence por toda a hospitalidade e simpatia com que fomos recebidos.
Ao Vitório e ao Pedro que pela net foram seguindo a nossa prova e que me iam enviando mensagens de incentivo.
Para terminar aproveito também para dar um grande beijinho à Sandra que com grande pena não pôde ir e que sofreu imenso à distância (desculpa também não te ter conseguido tranquilizar no final da prova).
Leiam o excelente relato desta prova feito pelo Carlos Cardoso que fez o Ultra.
E vejam um video da Diana Mata sobre o Trail Longo.
A degustar a maravilhosa "posta Arouquesa" |
O grupo completo ainda em Cinfães |
Os 4 Correr Lisboa que fizeram o trail longo |
Um muito obrigado ao casal de "atletas vassoura" que nos acompanhou nos últimos 2km. Foram incansáveis.
O relato da prova leiam aqui o do Bruno Claro, que transmite todas as emoções vividas ao longo dos quase 35km.
Mais do que a parte física, este trail foi o melhor treino que podia ter feito para a maratona em termos mentais. Uma das minhas maiores preocupações para dia 5 de Outubro é a cabeça tentar contrariar as pernas e ir-me dizendo "é melhor parares", "para que é te meteste nisto?" e coisas do género. O passado domingo mostrou que é possível ir buscar forças onde pensamos que já não há e que a companhia dos amigos faz mesmo milagres (claro que tudo isto em doses q.b. para nunca colocarmos a nossa saúde em risco).
Ao fundo os 3 Mosqueteiros desta grande aventura |
A "base para copos" que significa que terminámos a prova |
Considerações pessoais sobre a organização do UTDP:
- Foi a primeira edição da prova e mostrou que tem muito potencial para se impor como prova de excelência no panorama dos trilhos nacionais. Quer pela beleza, quer pela dificuldade. Regra geral a organização teve bem, e se tiverem em consideração a opinião dos atletas, irão com certeza tornar esta prova ainda mais espectacular.
- Excelente escolha do percurso, com trilhos muito variados e bem definidos em termos de limpeza.
- Achei os abastecimentos algo fracos em termos de diversidade, tendo também em conta a dificuldade da prova. Penso que para uma prova com uma duração tão grande os atletas necessitam de mais do que amendoins, batatas fritas, marmelada, fruta e madalenas. Quanto a bebidas para além da água, isotónico e sumo, pudessem incluir também coca-cola e cerveja.
- As marcações estavam boas (acho que uma grande parte do pessoal do Ultra enganou-se, mas o facto deveu-se à falta de civismo de alguns que ao passarem alteraram a sinalização), mas fica a sugestão para colocarem fitas de cores diferentes para diferenciar as provas e nos locais de separação Ultra para Longo ou Longo para Curto, para além das placas, era bom também haver alguém da organização/voluntário a informar dessa mesma separação.
- Sendo uma prova por caminhos muito sinuosos e suscetíveis a lesões, era bom também haver nos pontos mais críticos, equipas de socorro, para prestar um auxílio mais rápido e eficaz aos atletas.
- Falha também no "controle zero". A organização colocou no regulamento uma lista de material obrigatório e que seria alvo de revista no início da prova, havendo penalização para quem não tivesse tudo em condições. Controle esse que não chegou a ser feito (falo apenas do trail longo, curto e caminhada, porque em relação ao ultra não sei se o fizeram ou não).
Acho que as falhas existentes este ano não serão difíceis de solucionar e que a edição de 2015 será o afirmar de uma prova que pode certamente lutar pelo pódio no panorama nacional.
Para além do agradecimento aos 10 magníficos "Vicentes" que foram a Cinfães e que tornaram este fim de semana em algo memorável (António, Bruno, Cátia, Cláudia, Pedro, Ricardo, Sandro e Verónica). Vocês são 6 estrelas.
Obrigado amor, por toda a paciência, pelas longas horas de espera durante a prova e muitas vezes sem notícias nossas e por para além do cansaço teres feito no final 400km a conduzir.
Ao Heitor Cardoso e a todo o pessoal da Associação à qual pertence por toda a hospitalidade e simpatia com que fomos recebidos.
Ao Vitório e ao Pedro que pela net foram seguindo a nossa prova e que me iam enviando mensagens de incentivo.
Para terminar aproveito também para dar um grande beijinho à Sandra que com grande pena não pôde ir e que sofreu imenso à distância (desculpa também não te ter conseguido tranquilizar no final da prova).
Leiam o excelente relato desta prova feito pelo Carlos Cardoso que fez o Ultra.
E vejam um video da Diana Mata sobre o Trail Longo.
Ganda Tiago e amigos....grande fim de semana...assim vale a pena :) ....este trail além de te ter treinado a "mente", tb de certeza que te deu uma belo de um reforço muscular (+ de 2000m D+ não é Pêra doce, e as descidas + os saltos e saltinhos e saltões para ultrapassar obstáculos, etc) . Tás no bom caminho para concluíres a tua primeira Maratona :)
ResponderEliminarMas nunca te esqueças, que a Maratona de estrada é um bicho diferente...estar 4 horas a correr consecutivamente tem um desgaste diferente....não digo que é mais ou menos duro, apenas que é diferente.
Agradeço a menção e espero que numa próxima oportunidade dê mesmo para um abraço :)
Boa recuperação e dá-lhe forte.
P.S. Que vídeo espectacular :)
Obrigado Carlos. Sei que a maratona é um desgaste muito diferente. Este foi mesmo como dizes, treino de reforço e mental.
EliminarForte abraço.
Parabéns Tiago! Li também a crónica do teu amigo Bruno e, de facto, nada como alguém do nosso lado para nos apoiar quando começam a faltar as forças físicas e/ou mentais.
ResponderEliminarContinuação de mtos e bons kms rumo a esse objectivo!
Beijinhos
Obrigado Rute. Beijinhos e bons kms para ti também. :)
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